sexta-feira, 15 de março de 2013

Quando Homens valem menos que Porcos


UM ANO COM O NOVO TESTAMENTO E COM OS SALMOS
Leitura de hoje: Marcos Cap. 05.

1 ¶ Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos.
2  Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo,
3  o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo;
4  porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo.
5  Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.
6  Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou,
7  exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes!
8  Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem!
9  E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
10  E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do país.
11  Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos.
12  E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.
13  Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram.
14  Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que sucedera.
15  Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram.
16  Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos.
17  E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles.
18  Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
19  Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.
20  Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.
21 ¶ Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar.
22  Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés
23  e insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá.
24  Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia, comprimindo-o.
25  Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia
26  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,
27  tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste.
28  Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
29  E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.
30  Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes?
31  Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou?
32  Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto.
33  Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade.
34  E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.
35 ¶ Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
36  Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
37  Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João.
38  Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.
39  Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.
40  E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava.
41  Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te!
42  Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados.
43  Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina.
Quarta-feira, 15 de março de 2013
 DESTAQUE:
Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram.
Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos.
E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles.
(Mc 5:15-17)

A TV mostrou há algum tempo numa reportagem, como um cão livrou um morador de rua de um ataque de bandidos. A vizinhança, a partir daquele evento, passou a tratar o animal como herói. Traziam comida, vacina e até roupas para o cachorro. Interessante é que o velho morador de rua permanecia invisível diante das demais pessoas e da reportagem cega.

Tem havido, especialmente nas redes sociais, uma grande preocupação como a integridade dos animais. O cristão é alguém comprometido com o cuidado da natureza em geral, especialmente de seus animais de estimação.
Porém, nada justifica o cuidado com os animais e o descaso com a integridade do ser humano.

Repetimos o que em períodos mais intensos de segregação racial já se fizera, como na época de Martin Luther King Jr. em que os brancos valorizavam mais um coelho que um negro.
Hoje há cristãos que não dão um passo na evangelização, mas batalham ardorosamente pelos bem estar dos cães, gatos, pássaros etc.

No texto em questão, os gadarenos pedem para Jesus se retirar para outra região porque Ele havia livrado um homem que vivia nos sepulcros, mas acabou com isso sacrificando uma manada de porcos. Já imaginou se cada libertação que Jesus fosse realizar Ele viesse a sacrificar uma manada de porcos?
A sociedade ficaria sem porcos, mas os homens seriam livres. E eles amavam mais os porcos que as pessoas!

Pense nisto!

Tenha um bom dia em nome de Jesus!
M. Ilton


O Inacreditável é não crer no Deus do Impossível

UM ANO COM O NOVO TESTAMENTO E COM OS SALMOS
Leitura de hoje: Marcos Cap. 04.

1 ¶ De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.
2  E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.
3  E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio!
4  Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
5  Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
6  Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
7  Retirou-se Jesus com os seus discípulos para os lados do mar. Seguia-o da Galiléia uma grande multidão. Também da Judéia,
8  de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, sabendo quantas coisas Jesus fazia, veio ter com ele.
9  Então, recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem.
10  Pois curava a muitos, de modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para o tocar.
11  Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!
12  Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade.
13 ¶ Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele.
14  Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar
15  e a exercer a autoridade de expelir demônios.
16  Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro;
17  Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer: filhos do trovão;
18  André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote,
19  e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.
20  Então, ele foi para casa. Não obstante, a multidão afluiu de novo, de tal modo que nem podiam comer.
21  E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.
22 ¶ Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios.
23  Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás?
24  Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir;
25  se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.
26  Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece.
27  Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.
28  Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem.
29  Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.
30  Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.
31 ¶ Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32  Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura.
33  Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?
34  E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
35  Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
1 ¶ Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia.
2  Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento.
3  Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear.
4  E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5  Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra.
6  Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se.
7  Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto.
8  Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um.
9  E acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
10  Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas.
11  Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas,
12  para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles.
13  Então, lhes perguntou: Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?
14  O semeador semeia a palavra.
15  São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
16  Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria.
17  Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
18  Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra,
19  mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera.
20  Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.
21 ¶ Também lhes disse: Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do alqueire ou da cama? Não vem, antes, para ser colocada no velador?
22  Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado.
23  Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
24  Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará.
25  Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
26  Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra;
27  depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como.
28  A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga.
29  E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.
30  Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos?
31  É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra;
32  mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças e deita grandes ramos, a ponto de as aves do céu poderem aninhar-se à sua sombra.
33  E com muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes.
34  E sem parábolas não lhes falava; tudo, porém, explicava em particular aos seus próprios discípulos.
35 ¶ Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem.
36  E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam.
37  Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água.
38  E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos?
39  E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.
40  Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?
41  E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
Quarta-feira, 14 de março de 2013
 DESTAQUE:
“...Como é que não tendes fé?
E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?.
(Mc 4:40b-41)

Espere aí! Você não crê em Jesus? Como assim?
Eu estou admirado!
Como pode alguém andar comigo e ainda estar tão incrédulo?(Jesus perguntou).

Naquele mesmo momento, os discípulos entreolhando-se, assustados diziam: “Quem é este que até o vendo e o mar lhe obedecem?”

Como podemos ver, este é um daqueles momentos em que a gente vindo relacionando com alguém durante anos, descobre que a pessoa diante de nós não é exatamente quem nós pensávamos.

E esta é a ração da nossa incredulidade para com Jesus, quando ainda perguntamos:   “Quem é este?”


Pense nisto!

Tenha um bom dia em nome de Jesus!
M. Ilton

Pedro, Paulo e Francisco

A renúncia do papa Bento XVI e a eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para substituí-lo trazem à tona, mais uma vez, a questão da reivindicação da Igreja Católica de que o papa é o legítimo sucessor do apóstolo Pedro como cabeça da Igreja de Jesus Cristo aqui na terra. Francisco se senta no trono de Pedro. Então, tá.
Obviamente, a primeira questão a ser determinada é se o apóstolo Pedro, de alguma forma, teve algum trono, se ele foi uma espécie de papa da nascente igreja cristã no século I e se ele deixou sucessor, que por sua vez, nomeou seu próprio sucessor e assim por diante, até chegar, de Pedro, a Francisco. Eu digo "primeira questão" não somente por causa da sequência lógica da discussão, mas por causa da sua importância. Tanto católicos quanto protestantes tomam as Escrituras Sagradas como a Palavra de Deus. Portanto, é imprescindível que um conceito de tamanha importância como este tenha um mínimo de fundamento bíblico. Mas, será que tem?
É verdade que Cefas, também chamado de Simão Pedro, foi destacado pelo Senhor Jesus em várias ocasiões de entre os demais discípulos. Ele esteve entre os primeiros a serem chamados (Mt 4:18) e seu nome sempre aparece primeiro em todas as listas dos Doze (Mt 10:2; Mc 3:16). Jesus o inclui entre os seus discípulos mais chegados (Mt 17:1), embora o "discípulo amado" fosse João (Jo 19:26). Pedro sempre está à frente dos colegas em várias ocasiões: é o primeiro a tentar andar sobre as águas indo ao encontro de Jesus (Mt 14:28), é o primeiro a responder à pergunta de Jesus "quem vocês acham que eu sou" (Mt 16:16), mas também foi o primeiro a repreender Jesus afoitamente após o anúncio da cruz (Mt 16:22) e o primeiro a negá-lo (Mt 26:69-75). Foi a Pedro que Jesus disse, "apascenta minhas ovelhas" (Jo 21:17). Foi a ele que o Senhor disse, "quando te converteres, fortalece teus irmãos" (Lc 22:32). E foi a ele que Jesus dirigiu as famosas palavras, "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus" (Mt 16:18-19).

Apesar de tudo isto, não se percebe da parte do próprio Pedro, dos seus colegas apóstolos e das igrejas da época de Pedro, que ele havia sido nomeado por Jesus como o cabeça da Igreja aqui neste mundo, para exercer a primazia sobre seus colegas e sobre os cristãos, e para ser o canal pelo qual Deus falaria, de maneira infalível, ao seu povo. Ele foi visto e acolhido como um líder da Igreja cristã juntamente com os demais apóstolos, mas jamais como o supremo cabeça da Igreja, sobressaindo-se dos demais.

Para começar, o apóstolo Paulo se sentiu perfeitamente à vontade para confrontá-lo e repreendê-lo publicamente quando Pedro foi dissimulado em certa ocasião para com os crentes gentios em Antioquia (Gl 2:11-14). O apóstolo Tiago, por sua vez, foi o líder maior do Concílio de Jerusalém que definiu a importante questão da participação dos gentios na Igreja, concílio este onde Pedro estava presente (Atos 15:1-21). E quando uma decisão foi tomada, ela foi enviada em nome dos "apóstolos e presbíteros" e não de Pedro (Atos 15:22). Os judeus convertidos, líderes da Igreja de Jerusalém, e que achavam que a circuncisão era necessária para os gentios que cressem em Jesus, não hesitaram em questionar Pedro e confrontá-lo abertamente quando ele chegou a Jerusalém, após ouvirem que ele tinha estado na casa de Cornélio, um gentio. E Pedro, humildemente, se explicou diante deles (Atos 11:1-3). Os crentes da igreja de Corinto não entenderam que Pedro estava numa categoria à parte, pois se sentiram a vontade para formarem grupos em torno dos nomes de Paulo, Apolo e do próprio Pedro, não reconhecendo Pedro como estando acima dos outros (1Cor 1:12).

O apóstolo Mateus, autor do Evangelho que carrega seu nome, não entendeu que a promessa de Jesus feita a Pedro, de que este receberia as chaves do Reino dos céus e o poder de ligar e desligar (Mt 16:18-19), era uma delegação exclusiva ao apóstolo, pois no capítulo seguinte registra as seguintes palavras de Jesus, desta feita a toda igreja:
Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus (Mat 18:15-18 - itálico adicionado para ênfase).
É muito instrutivo notar a maneira como o apóstolo Paulo via Pedro, a quem sempre se refere como Cefas, seu nome hebraico. Paulo o inclui juntamente com Apolo e a si próprio como meros instrumentos através dos quais Deus faz a sua obra na Igreja (1Cor 3:22). Se Paulo tivesse entendido que Pedro era o líder máximo da Igreja, não o teria citado por último ao dar exemplos de líderes cristãos que ganhavam sustento e levavam as esposas em missão (1Cor 9:4-5). Ele reconhece que Cefas é o líder da igreja de Jerusalém, mas o inclui entre os demais apóstolos (Gl 1:18-19) e ao mencionar os que eram colunas da igreja deixa Cefas em segundo, depois de Tiago (Gl 2:9). E em seguida narra abertamente o episódio em que o confrontou por ter se tornado repreensível (Gl 2:11 em diante). Bastante revelador é o que Paulo escreve quanto ao seu próprio chamado: "aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios" (Gal 2:6-8). Por estas palavras, Paulo se considerava tão papa quanto Pedro!
Nem mesmo Pedro se via como um primus inter pares, alguém acima dos demais apóstolos. Quando entrou na casa de Cornélio para pregar o Evangelho, o centurião romano se ajoelhou diante dele em devoção. Pedro o ergue com estas palavras, "Ergue-te, que eu também sou homem" (Atos 10:26). Pedro reconhece humildemente que os escritos de Paulo são Escritura inspirada por Deus, esvaziando assim qualquer pretensão de que ele seria o único canal inspirado e infalível pelo qual Deus falava ao seu povo (2Pedro 3:15-16). E claramente explica que a pedra sobre a qual Jesus Cristo haveria de edificar a sua igreja era o próprio Cristo (1Pedro 2:4-8), dando assim a interpretação final e definitiva da famosa expressão "tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". A "pedra" referida pelo Senhor era o próprio Cristo.

Em resumo, ninguém no século I, ninguém mesmo, nem o próprio Pedro, entendeu que Jesus tinha dito a ele que ele era a pedra sobre a qual a Igreja cristã seria edificada. E nunca esta Igreja tomou medidas para achar um substituto para Pedro após a sua morte.

E isto introduz a segunda questão, que é a sucessão de Pedro. Creio que basta reproduzir aqui as palavras do próprio Pedro com relação à preservação do seu legado após a sua morte. Na sua segunda epístola ele faz menção de que tem consciência da proximidade de sua morte e que se esforçará para que os cristãos conservem a lembrança do Evangelho que ele e os demais apóstolos pregaram. E de que forma? Não apontando um sucessor para conservar este Evangelho como um guardião, mas registrando este Evangelho nas páginas sagradas da Escritura – é por isto que ele escreveu esta epístola. Confira por você mesmo:
Por esta razão, sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas, embora estejais certos da verdade já presente convosco e nela confirmados. Também considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar-vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou. Mas, de minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, por fazer que, a todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo. Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo. Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (2Pedro 1:12-21 - itálico adicionado para ênfase).
Qual foi o esforço que Pedro fez para que, depois de sua partida deste mundo, os cristãos conservassem a lembrança do Evangelho, conforme sua declaração acima? Pedro deixa seu legado nas cartas que escreveu, e que ele considera suficientes para manter os cristãos relembrados de tudo que ele e os demais apóstolos ensinaram. Não há a menor noção de um substituto pessoal, alguém que tomasse seu lugar e transmitisse a outros sucessores o tesouro da fé cristã. Não foi à toa que a nota central da Reforma foi a rejeição do papado e o estabelecimento das Escrituras com sendo a única e infalível fonte de revelação divina.

Não questiono que Francisco seja o legítimo sucessor de Bento, como líder da Igreja Católica. O que não vejo é qualquer fundamento bíblico para aceitar que Pedro tenha sido papa e que Francisco é seu legítimo sucessor.

por Augustus Nicodemus Lopes

quinta-feira, 14 de março de 2013

O Privilégio de tornar-se parte da Família de Jesus

UM ANO COM O NOVO TESTAMENTO E COM OS SALMOS
Leitura de hoje: Marcos Cap. 03.

1 ¶ De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.
2  E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.
3  E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio!
4  Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
5  Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
6  Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
7  Retirou-se Jesus com os seus discípulos para os lados do mar. Seguia-o da Galiléia uma grande multidão. Também da Judéia,
8  de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, sabendo quantas coisas Jesus fazia, veio ter com ele.
9  Então, recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem.
10  Pois curava a muitos, de modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para o tocar.
11  Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!
12  Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade.
13 ¶ Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele.
14  Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar
15  e a exercer a autoridade de expelir demônios.
16  Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro;
17  Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer: filhos do trovão;
18  André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Zelote,
19  e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.
20  Então, ele foi para casa. Não obstante, a multidão afluiu de novo, de tal modo que nem podiam comer.
21  E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.
22 ¶ Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios.
23  Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás?
24  Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir;
25  se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.
26  Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece.
27  Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.
28  Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem.
29  Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.
30  Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.
31 ¶ Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32  Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura.
33  Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?
34  E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
35  Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Quarta-feira, 14 de março de 2013
 DESTAQUE:
“Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
(Mc 3:35)

Você faz parte da família de Jesus?

Alguns achariam isso um privilégio exclusivo a José(que no tempo em que Jesus pronunciou estas palavras certamente já havia falecido), Maria e seus outros filhos que vieram depois de Jesus. E realmente,  do ponto de vista parental, somente eles tiveram este privilégio.

Mas o Mestre tem outra visão – a visão espiritual, a visão da Aliança com Deus. Daí, Ele parte da visão biológica criando uma ponte para compreensão de sua mensagem: “qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.

Fazer a vontade de Deus. Viver para o inteiro agrado de Deus. Viver não para mim mesmo, mas viver para Jesus – aquele que viveu e morreu por mim. E a vontade de Deus é que creiamos no Senhor Jesus.

Pense nisto!

Tenha um bom dia em nome de Jesus!
M. Ilton