segunda-feira, 27 de setembro de 2010

JOGADOR OU TORCEDOR - Um Apelo à Igreja Evangélica de Morada Nova de Minas

Estou ciente de que ao usar a metáfora a seguir, muitos leitores poderão pensar que considero a presença e o trabalho da Igreja equivalentes aos clubes de futebol, porém, meu objetivo é elucidar o ensino bíblico sobre o envolvimento cristão nos ministérios e causticar nossa tímida atuação e serviço cristãos. Portanto, faça dessa leitura um momento de reflexão assim como eu mesmo estou me criticando enquanto escrevo.




Olhando para a igreja evangélica como um time de Deus, em que condição você se encontraria hoje?


Você seria um jogador ou um torcedor?


O jogador verdadeiro é aquele que se envolve por inteiro, isto é, um comprometimento emocional, intelectual e fisicamente. Ele dá o melhor de si em campo e fora de campo. É disciplinado, aplicado e está sempre se aprimorando técnica e fisicamente para ter o melhor desempenho na partida. Seu esforço chega aos limites daquilo que se aguenta. Seu objetivo com isso é dar o melhor de si, mas nunca o fará para ser uma estrela em meio à lama, pois sua consciência não o permite ser tresloucado o suficiente para ofuscar o time inteiro e tornar a si mesmo a “equipe perfeita”. Ele fará o melhor para defender seu time, conquistar o título e ser vencedor.
Ele sacrifica sonhos, põe-se à disposição do técnico, está pronto para ouvir, aceita críticas, sugestões e pode até viver uma vida de reclusão durante algum tempo para concentrar-se mais. Em sua mente tem um foco claro: vencer. Ele entrosa-se com os colegas, anima, incentiva, brinca, grita e, se preciso, “dá uma dura” nos distraídos. A vitória do seu time é sua vitória, a glória que lhe dão, ele a divide com todos.


Já o torcedor tem um currículo um tanto mesquinho por esta perspectiva e aplicação que abordamos. Sua contribuição financeira não passa dos impostos e do dinheiro da bilheteria. Ele geralmente é alguém caprichoso: senta-se na arquibancada para assistir, exige o possível e o impossível, reclama do técnico, dos jogadores, do Juiz e da mãe de todo mundo.
Quando seu time ganha vai à euforia desmedida, quando perde, pode “armar um barraco” na arquibancada mesmo. Passa a semana murmurando, enche a cara no primeiro boteco e há casos em que alguns mais loucos descarregam na esposa. Estes são fanáticos, adoecidos e caprichosos. Na melhor das hipóteses o torcedor pode animar os jogadores que suam a camisa dentro de campo ou vaiar o time adversário quando este está perdendo. Fora isso, nada mais é esperado de um torcedor.



Estamos vivendo tempos em que há um grande número de crentes dentro das igrejas evangélicas migrando de JOGADOR para TORCEDOR, com as mesmas manias e indolências. Sentam-se na arquibancada(bancos) domingo a domingo, contribuem financeiramente(dízimos e ofertas), assistem o jogo(culto), criticam o árbitro, o presidente do time,   a comissão técnica e os jogadores(Deus e os trabalhadores da seara) e se o jogo não foi uma goleada no adversário(que, via de regra é Deus atender todos os seus craprichos) “armam um barraco”(criticam a Igreja, o pastor e demais membros).


O que você é hoje, um JOGADOR ou um TORCEDOR?


Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. (Mateus 9:38)


Ilton,
Morada Nova de Minas
26 de setembro de 2010