terça-feira, 10 de maio de 2011

O crime de Lady Gaga

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Marcia Tiburi analisa o pós-feminismo pop de Lady Gaga

Publicado em 08 de maio de 2010
Lady Gaga: ninfa pós-feminista
Marcia Tiburi
Lady Gaga é o mais recente ídolo pop da cena internacional. Entenda-se por ídolo pop um indivíduo que encanta as massas com a habilidade artística de que é capaz sendo seu autor ou o mero representante de uma estética inventada por publicitários e estrategistas de produtos culturais. Nesse sentido, todo ídolo pop age como o flautista de Hamelin conduzindo por certo efeito de hipnose uma quantidade sempre impressionante de pessoas. Ele é também um guia estético e moral das massas. A propósito, entenda-se por massa um grupo de indivíduos que, ao se encontrar com outros, perde justamente a individualidade, tornando-se sujeito de sua própria dessubjetivação. Em outras palavras, ele é hipnotizado como se estranhamente desejasse sê-lo. A Indústria Cultural depende desse mecanismo, por meio do qual oferece ao indivíduo a oportunidade de se perder com a sensação de que está ganhando. O ídolo pop é a humana mercadoria que permite o gozo pelo logro que o espectador logrado aplica a si mesmo.

AS ZEBRAS DA SAFANA AFRICANA E AS OVELHAS DE CRISTO


Sou do tipo que sofre uma fascinação por bons documentários, especialmente os que tratam do comportamento no mundo animal. Já assisti vários deles sobre a savana africana e nesta semana meditei sobre zebras e leões, de como aquelas se organizam para se proteger, enquanto os leões, terríveis caçadores, também se organizam para apanhar suas presas.

Segundo pesquisadores, apesar de toda a fama que ostentam os ferozes leões, as zebras possuem uma tática muito eficaz a qual recorrem para sobreviver. Elas, por serem listradas, podem correm em bando, o que dificulta a vida do “rei da selva”, pois este não é capaz de distinguir um indivíduo dos demais quando correm juntos. Se fosse dado palavras a um leão numa circunstância dessas ele certamente diria: “Eita amigo, a coisa enzebrou! não consigo ver nada além de um monte de listras saltando na minha frente!”