sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MENSAGEM PARA FORMANDOS EM PEDAGOGIA– No auditório da Escola Heloísa de Campos–Morada Nova de Minas–11/02/2011

sowTEMA: SEMEADORES DO BEM
TEXTO: Mateus 13:3.
Há muitos motivos para hoje ser uma noite de celebrações, uma delas é que vocês venceram, seus familiares e professores vencem com vocês e o que na Grécia antiga era serviço de alguns escravos, hoje, meritoriamente é reconhecida como uma profissão vital para o Sistema Educacional.
Estou aqui para abençoa-los como Deus me incumbiu e não posso fazê-lo sem refletir na pedagogia de Jesus:
Para isto, gostaria de meditar Mateus 13.3 quando Ele diz: “Eis que o semeador saiu a semear”.
Falando de si mesmo, o Mestre dos mestres resume sua prática pedagógica no ato de semear.
Semear parece ser algo simples demais para configurar uma teoria, mas é, ao meu modo de ver, o casamento da vida. O casamento da semente com a terra.
Se Ele andasse pelas ruas corporalmente como o fez a dois milênios, observaria nossos vizinhos plantando o milho nos quintais e lotes vagos nos finais de ano e em janeiro nos ensinaria preciosas lições desde o plantio do milho à pamonha que hoje é servida em nossas mesas.
Levar-nos-ia a pensar que terra é o nosso coração; solo rochoso, espinhoso, estéreo, fértil! Mover-nos-ia a refletir sobre a natureza da semente. Palavras são sementes, para morte ou para vida. instigar-nos-ia a “sair” a semear a boa semente; a não aceitar a inércia, mas sair a semear a Palavra da Vida.
Mas como é altamente recomendável que atentemos para as Leis da Semeadura.
Deixo aqui para vocês algumas leis da Semeadura da vida(adaptado da mensagem do Pr Jeremias Pereira):
1. Você pode escolher o que plantar, mas é obrigado a colher exatamente do que plantou.
2. Quem semeia vai colher.
3. Uma semeadura exponencial gera uma colheita exponencial.
4. O fruto é obrigatoriamente da mesma natureza da semente.
5. A colheita é sempre mais abundante do que a semeadura.
6. A boa semente é a que Deus te dá (a Palavra de Cristo).
7. Todo semeador precisa desenvolver a paciência.
Não se instala uma empresa e se torna um empresário bem sucedido em alguns meses.
Não se monta uma banda musical e se torna Top Musical, nas rádios, sites, youtube etc poucos meses.
Não se constrói uma casa da noite para o dia.
Não se forma uma família com um momento de prazer.
Não se cria um filho com nove meses de gestação, nem o educa levando-o ao pós-doutorado – é preciso comer muito sal juntos.
Seja um semeador do bem: semeie a verdade em amor e a paz como fruto da justiça. Semeei palavras e atitudes. Saia para semear! Semeie sempre!
























domingo, 6 de fevereiro de 2011

NOSSO AMOR POR MORADA NOVA DE MINAS

show_foto_peqFiquei perplexo ontem! Já se passaram 13 meses que estamos em Morada Nova de Minas e eu quase não percebi. É que estivemos tão envolvidos na disposição de abençoar nossa cidade que quase não notei o tempo.

Estou particularmente admirado com a nossa Igreja Presbiteriana Ebenézer. Desde que nos associamos neste trabalho, ela tem sido fiel à Deus e ao compromisso dela para conosco.

· Nunca deixou de orar por nós.

· Nunca se esquivou de nosso sustento.

· Nunca faltou uma palavra de apoio.

· Nunca faltou inspiração.

· Nunca faltou amor.

Não hesito afirmar que a Igreja Presbiteriana Ebenézer é um dos maiores exemplos de amor que Morada Nova de Minas já viu. Digo isto porque é uma Igreja que sustenta:

· uma família de Missionários;

· uma Escola Bíblica todos os domingos desde 08 de agosto de 2010;

· eventos dirigidos ao bem-estar espiritual, social e físico dos moradenses;

· envio de equipes de pessoas semeadoras da Paz com Deus e da Vida de Deus.

· reuniões com uma atenção especial ao crescimento na fé, na maturidade e na paz famíliar;

· com orações diárias de intercessão(tendo a cooperação de outros irmãos em outras cidades como Belo Horizonte, Montes Claros, Porteirinha, Pai Pedro e outras cidades);

· com a promoção da unidade de Igrejas Evangélicas;

· com o envolvimento pessoal com pessoas de todas as classes e credos e;

· com muitas outras incursões que ainda estão em andamento.

Isso tudo durante um ano sem exigir um centavo de qualquer moradense, sem esperar qualquer recompensa em troca, mas com o seguinte propósito:

· Mostrar o amor de Deus a Morada Nova de Minas.

· Levantar aqui um exército de pessoas que amam a Cristo e amem pessoas com o amor de Cristo.

· Que estes irmãos contribuam para a salvação e restauração da nossa gente em Morada Nova e que faça por outros o mesmo que a Igreja Presbiteriana Ebenézer tem feito por nós.

Entende porque afirmo que a Igreja Presbiteriana Ebenézer é um dos maiores exemplos de amor por Morada Nova de Minas?

Investimento desprendido, arrojado, sincero e sacrificial.

Esse é um dos motivos pelos quais permaneço servindo em nossa cidade, pois o amor jamais fica sem recompensa(Hebreus 6.10). Jamais! Jamais fica sem recompensa!

Estou certo que Deus transformará corações nesta cidade(Atos 18.10). Corações de pedra virão a ser de carne(Ezequiel 36.26). Uma multidão que hoje está a receber será transformada fonte para outras cidades e outros povos(Isaías 32.2) e então, habitaremos em uma cidade com lares em paz(Isaías 32.18).

Ilton&Alessandra

Morada Nova de Minas.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

J’ACUSE !!!

professorO texto que você tem abaixo eu o recebi por e-mail de uma amiga. E como é uma denúncia ao mal que a maioria de nós procura ignorar, julgo ser estremamente esclarecedor acerca da realidade que está aí.

Espero que esta carta possa ajudá-lo a visualizar melhor o problema para juntos desmontá-lo.

Ilton.

Morada Nova de Minas.

 

J’ACUSE !!! (Eu acuso !)

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. (Émile Zola)

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.